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A mostrar mensagens de 2020

Once upon a time...

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  "O Beijo" - Gustav Klimt (1907) Podia ser uma história tradicional, um conto de fadas ou um texto fantástico cheio de moralismos e convenções, escondidas num Bambi órfão ou na maçã da Branca de Neve. É simplesmente, uma historia de encantamento. Talvez pelo alinhamento dos planetas, por um destino que dizem estar escrito ou pela busca de algo verdadeiro, encontraram-se. Eles que afinal estavam tão perto e ao mesmo tempo tão longe. Não desistiram e quiseram perceber melhor, se aquele olhar, aquela conversa de circunstância seria só mais uma, no meio de tantas.  Era mais do que isso.  E agora, o que fazer?  É verdade que todos procuram algo real e palpável, mas quando ele chega, será que vale a pena arriscar outra vez?  Quando prometeram, no caos da desilusão e do desencantamento, que nunca mais, nunca mais mesmo? Os que mais sofrem, são os que mais amam, os que mais se entregam.  E quando se nasce assim, nem a dureza da vida ou a maldade, os faz esquecer o que é a paixão. En

Ghosting... Haunting & Benching

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  São em inglês, porque soam melhor.  Não são conceitos novos. Adaptaram-se à nova realidade e permitem novas saídas e novos comportamentos, nas nossas relações sociais e emocionais. A dinâmica mudou, os tempos também e no final, acordamos na selva sem limites. Ghosting, meu amigos, é desaparecer tipo D. Sebastião em Alcácer Quibir, envolto na neblina do desprezo. Um dia responde a mensagens, telefonemas, Whatsapp, Instagram e todas as redes sociais, que desconheço o nome.  A relação existe. Podes estar com ele, podes falar e tudo parece estar bem. No dia seguinte, se não obtiveres resposta, em nenhuma das opções acima, a tua relação foi pelo cano.  Assim, puro e duro. Sem hesitações e sem explicações.  Dizer não deixou de ser importante, deixou de ser valorizado. Desde quando? Sinceramente, não dei por nada. Haunting é, tal como o "british accent" nos indica, assombrar alguém, depois de ter dado o golpe do Ghosting.  Parece meio complicado, mas há gente que desaparece, mas n

Realidade

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"A nossa realidade, depende da luta do dia a dia." Ouvi esta frase hoje, algures, e não me saiu da cabeça. Uma verdade quase universal e eu, nunca tinha pensado nisso.  Desde a primeira inspiração até ao ultimo fôlego, a realidade depende da forma como lutamos para a manter, mudar ou simplesmente aproveitar. Nada na vida é garantido. Todos os dizem, de uma forma quase casual e meio frase feita.  É encarada como um cliché, que todos papagueiam mas muito poucos entendem.  Só entendem quando percebem que o comboio afinal não parou, que o despertador não tocou e que a vida já passou. E nem sempre aquilo que fica, consola quem achava que tudo tinha. Lutem por tudo!  Pelas coisas boas, pelas menos boas, porque são necessárias.  Pela amizade, pela lágrima de emoção ou alegria.  Corram para apanhar o comboio e corram mais ainda, por aquilo que amam.  Ouçam o próximo ou o desconhecido.  Sejam gentis, originais e felizes.  Nunca percam o rumo que procuram.  Nunca deixem de lutar, porqu

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Sim, o total de infetados no dia de hoje, em Portugal. Aquele mesmo Portugal que se safou, mais ou menos bem da primeira vaga e obviamente, não se preparou para a segunda. O comportamento típico de quem procrastina algo, e é apanhado como se não soubesse de nada, é atribuir culpas a terceiros. Sabiam o que nos esperava a mudança de estação, mas preferiram ir a banhos no Verão e assobiar para o lado. Não tomaram nenhuma decisão, que realmente fizesse a diferença. A única que se mantém sempre erguida é a economia. É preciso fazer mexer a economia, é preciso encher os cofres do estado. Mas depois não existem condições, nem posições já agora, que nos permitam fazê-lo em segurança. Sinceramente já não percebo bem como proceder.  No café, posso estar com quantas pessoas?  Posso ir à igreja, mas não posso ir parque infantil?  Máscara na rua quando? Quando não estamos perto? Quão perto? Mas no transporte público não há problema, porque o ministro disse que era seguro? E agora esta forma, no me

Sexo no comboio

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  Para não destoar da atualidade, vamos falar de sexo. Toda a gente faz, ou pelo menos devia.  Há os que não gostam, os pervertidos, os normais, os sádicos, os tarados, os que só o fazem uma vez por semana para procriação e por aí a fora.   A forma como encaramos o sexo depende de cada um e o local também.  Não acredito que muitos de nós, nunca tenha pensado, imaginado e alguns até concretizado, num local onde não seria esperado.  Dizem, os entendidos, que o perigo aguça o desejo e faz com que seja mais intenso.  No intimo, na parte escondida tudo isto faz muito sentido. Mas quando são os outros, já deixa de fazer sentido? Passamos de cúmplices a preconceituosos? Sim, a Filipa não devia ter tido sexo com dois rapazes, no comboio da CP.   Mas os dois rapazes, também não o deveriam ter feito.  São adolescentes. Todos nós já o fomos. Muitos fizeram coisas piores, e ou então coisas diferentes, mas na idade da rebeldia não se avaliam os riscos. Não é um comportamento aceite na sociedade e é

Fake people

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  Quando o objectivo de vida de uma pessoa, a curto prazo, será ter "alguém" que providencie algo material e perfeitamente fútil, fico triste.  Sinto-me chocada.  Sei que muitas vezes o dizem da boca para fora, de uma forma sarcástica e cínica, como se ter dinheiro fosse, por si só, digno de inveja.  Mas a maior parte das vezes é uma forma de vida. Costumavam dizer os antigos, que se não existir oferta, tão pouco existirá procura. E estavam certos!  Mas será que viver assim, está? Oportunistas e aproveitadores são e serão sempre, uma fatia enorme.  Vivemos num meio onde o ter cargos de topo, mestrados, frequência em universidades elitistas e alguns sinais exteriores de riqueza, te faz a presa perfeita. Podes ter cara de peixe fora do prazo, um sotaque provinciano, seres coxo, com óculos e um dente de ouro, mas vais ser cozinhado, de certeza.  Depois existem os que se aproveitam do encantamento do pechisbeque, para tentar pescar a pescadora. Aqui o que intervém será sempre a e

Desmistificando

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  Actualmente o grande mito, é o teste ao nosso amigo Covid 19. A pergunta que todos fazem, é se provoca dor?  Não, não dói!  Dói mais a espera do resultado, do que o procedimento de colheita. Provocam mais dores um dente, uma enxaqueca ou até uma valente dor de barriga. É uma sensação estranha, de intrusão, mas que não passa disso. Medo, receio e desconhecimento, fazem com que afirmem que o cotonete vai até ao cérebro. Posso assegurar que vai até à garganta, que fica no sentido descendente e não ascendente. Mas no entanto, para muitos, seria a constatação de que a vossa cabeça tem algo dentro, efectivamente. O corpo humano tem vários orifícios. Sei que algumas pessoas os usam para efeitos não estipulados na anatomia, por isso não entendo tanto medo de um pedaço de alumínio com algodão a ponta. Este teste não é o papão de 2020.  O que nos persegue é o medo do desconhecido, do resultado positivo e do que advém de tudo isso.  Se alguma dia te disserem que tens de levar com o cotonete, po
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  É o assunto do momento, tal como o é todos os anos. Quem não vive no Seixal, acha que a Festa do Avante é uma festa, mas não é. É um evento politico, com isenção de IVA, com música, com álcool, com comida regional, com droga a circular e, ali pelo meio, tem uns discursos políticos e umas coisas para atrair os mais velhos. Note-se que o Partido Comunista tem, os partidários mais velhos da nossa política. Ou é uma tentativa de limpar os cadernos de afiliação, ou uma forma de colocar os mesmos em risco. A Festa foi sempre uma fonte de problemas para os que cá vivem.  De um momento para o outro deixamos de ter direitos.  Não podemos circular até à nossa garagem, não podemos estacionar o carro à porta de casa. Não descansamos porque o barulho é incessante até altas horas. Temos de lidar com todo o tipo de gente não qualificada, a quem um colete amarelo lhes dá a postura de uma legalidade que nunca terão. E essa mesma gente são, na sua maior parte, funcionários da própria câmara municipal.

A verdade transparente

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Azul do céu -  (Kandinsky - 1940) Sempre ouvi dizer, que não há nada mais transparente do que uma criança, ou um bêbado. Quando não temos filtros sociais, quando ainda não estamos debaixo do jugo do escrutínio alheio, somos puros. Dizemos e demonstramos aquilo que sentimos, sem censura nem preconceito. Falamos verdade porque é esse o nosso instinto.  Depois mudamos.  Mudam-nos ou adaptamos-nos de forma a esconder as fraquezas. Só transmitimos o que nos convém, e nem sempre verdade anda de mãos dadas com o egocentrismo. Todos temos esqueletos no armário, todos escondemos aquilo que achamos não ser correto, ou socialmente aceite. Existe sempre um cinzento no arco-íris! Mas todos esse controlo se perde quando se bebe para além do, digamos, socialmente aceitável. Tudo o que está debaixo da pedra, o que foi consciente ou inconscientemente recalcado, ganha vida e a verdade volta. Por vezes é mau, porque agredimos, magoamos e pisamos sem olhar a quem.  É o que nos incomoda, o que não podemos

Feminicídio

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Todos os dias, ou quase todos, lemos noticias sobre feminicídio. Todos sabemos que existe, mas continuamos a ignorar, a olhar para o lado.  Pensamos que é um problema pessoal, que não devemos meter-nos em coisas que não nos dizem respeito. Mas dizem! Dizem respeito a toda a gente! Morrem mulheres em contexto de violência doméstica, e vão continuar a morrer. A lei não ajuda, a força de vontade para saírem de situações limite falta a muitas.  Continuam a acreditar que "ele vai mudar", que "só me bate porque me ama" ou "nunca vou conseguir afastar-me dele". Mas quem faz a primeira, fará todas as outras, com a impunidade do "já não é a primeira vez". Começa com a violência verbal, com o comentário desagradável, e sobe rapidamente para insulto gratuito. Daí é só um pequeno passo para a agressão física, que dura anos, em alguns casos. Sei que estas palavras não resolvem.  Sei que podíamos fazer mais. Sei que todas as que estão nesta situação, vão conti

Um dia

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Podia ter sido um dia qualquer, mas não foi. Sais de casa para ir trabalhar e enfrentar uma hora de transportes públicos.  O que significa que naquela hora, vais tentar não tocar em nada nem em ninguém, fazendo equilibrismo matinal. No fundo é um misto de atenção redobrada, respiração afectada pela máscara e muita paciência para gente parva. Um dia de escritório e torna a repetir, a mesma lengalenga na volta a casa.  Para respirar um pouco de ar, decides vir a pé uma parte do percurso e abdicar do autocarro. Aqui nada de novo. Distanciamento social aplica-se sempre, desde que não chova. Mas agora com esta situação, até a chuva se aguenta melhor. Finalmente chegas à porta do prédio. Só pensas num duche e jantar alguma coisa.  Missão cumprida!  Não!  Ainda tens de subir 8 andares a pé, sem luz nenhuma, a não ser a lanterna do telemóvel.  Tens de te cruzar com mais gente parva, e tens de colocar, novamente, a máscara!  E enquanto sobes, pensas que só faltava não teres luz em casa, enquant

Original Fake

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Deixámos de ser genuínos. Já há poucas coisas puras o suficiente.  Vivemos numa sociedade assente em tudo, menos naquilo que acreditamos que ela seja.  Sobrevivemos num estado de direito, corrompido pela ganância, interesse e poder.  Respiramos as tendências da moda, usamos cílios postiços, seios implantados, lábios e sobrancelhas tatuados.  Exibimos traseiros fabulosos e ancas a combinar. Esticamos os olhos e retocamos o nariz, fazemos depilação definitiva e as nails. Só compramos carros eléctricos e produtos biológicos. Adoramos ser originais, com novos alimentos, com as novas apps e com a internet a exigir sempre mais. Vem tudo ter a casa, nem precisamos levantar o rabo do sofá, a não ser para a abrir a porta e passar o cartão, sempre com contact less, porque está a dar um jeitão. Chega o açaí e a framboesa, a carne que não é bem carne, nem é bem planta. Fica ali a meio termo. Vem o livro ou o cd, as chaves ou as compras que não nos apeteceu fazer, com iogurtes sem leite, a aveia e

Gotas de água

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Quando penso em nós, penso em duas gotas de água.  Tão iguais na essência, mas tão diferentes na forma. Quando se formam só sempre únicas e tu és única na minha vida. Sei que ja ultrapassámos montanhas difíceis e vales verdejantes. Que soubemos ouvir e apoiar, estar presente ou omnipresente. Sempre, desde o grito da adolescência, do presunto e do vinho da Custódia! Mas cá estamos, vivas e sempre a olhar em frente. O que sinto quando te sei em sofrimento, não consigo explicar.  Mas sei que não é importante. Porque sei que sabes, tal como eu.  Não te sintas nem sozinha, nem sem saída! Quando sabes que alguém te adora tanto como eu, nunca poderás deixar de acreditar. Eu nunca deixei, embora por vezes possa vacilar. E tu és parte importante dessa minha forma de estar. Sempre foste uma guerreira. Silenciosa, subtil mas sempre a respirar. Os guerreiros também são aqueles que sobrevivem, para poder viver novamente. Para além da minha mãe, deves ser a única mulher a quem posso dizer que amo! E

British Gansgters

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Viciante. A primeira palavra teria de ser esta.  Quando a escolhi, entre muitas outras, foi por ser britânica e uma ficção histórica. Decidi ver melhor e logo no primeiro episódio, fiquei maravilhada. Peaky Blinders ainda hoje, é o cognome de qualquer gangue de rua em Birmingham. A série é baseada em personagens reais, que dominaram o crime organizado entre 1910 e 1930, nesta cidade inglesa. É deliciosa, e tem uma banda sonora que inclui David Bowie e Black Sabbath, entre outros. Adoro a luz e a cor, tal como a falta das duas. Lidar com o nevoeiro e a chuva, pode dar imagens brutais. Se gostam de algo crú, duro, enérgico e violento esta é a vossa serie. Mas se gostam de amor, compaixão, sofrimento e superação, também podem gostar. Deixo à vossa consideração, e depois digam-me como correu!

Geminiana

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Se não fosse como sou, não seria a mesma coisa, e ser geminiana também faz parte de mim O senso comum é que temos duas caras. Que eu saiba, só nasci com uma.  Logo o senso comum está errado. A única característica que pode refletir essa dualidade é a forma rápida como mudamos, tanto de assunto como de interesse. Mas não deixa de ser positivo, pois transforma-nos em seres comunicativos por excelência.  Somos inteligentes e isso torna-nos muito sociáveis. Temos conversa para quase tudo, e não há desconhecidos que nos intimidem. Desde que sejam tão abertos como nós, as horas vão passar e nem vamos dar por isso.  Da mesma forma que exibimos, também absorvemos tudo aquilo que nos é passado. Seja o que seja, vai ficar no disco rígido para usar no futuro. Adoramos controlar as coisas lógicas da vida. Não há responsabilidade que seja ignorada ou muito menos esquecida. Tudo muito claro e controlado, sempre.  Porque disso depende a consciência leve, que nos permite voar nos pensamentos, e lavar

Espelho meu...

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Como todos nós, os homens não estão imunes à moda e parece que ter pêlo na cara é o que está a dar. Mas como todas as tendências, não é para qualquer um, apesar de muitos não terem a noção disso. O primeiro ponto será avaliar se a barba vos favorece.  O segundo ponto é se existe barba na realidade.  O terceiro será se aquele bigode e aquele styling meio manhoso, em alguns casos, se enquadra no resto. Amigos nem todos temos condições de deslumbrar, mas há quem piore as possibilidades por encontrar nesta moda uma solução viável. Agora são todos homens de barba rija, quando há uns anos era o visual de pessoas mais velhas. E como tal, também envelhece e retira um pouco da frescura de um homem devidamente escanhoado. Mas, para quem não gosta de barbas e não acha a menor graça, existe sempre a possibilidade de que a moda passe e as máquinas de barbear ganhem esta guerra. Mas enquanto não passa, arranjem um espelho e vejam bem se vale a pena manter essa penugem.  Por vezes estar fora de moda,

O inimigo invisível

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De repente todos estão tristes, e todos são amigos. Todos tinham um ombro amigo ou uma solução, quando já não existe solução.  Mas quando durante anos, souberam o inferno pelo que passou, as angustias que lhe tiravam o sono ou os pesadelos que o afugentavam, nunca lhe deram o valor que devia. Talvez a ele, e talvez à doença que o corroía. Não se escolhe acordar sem um propósito, ninguém deseja não sentir nada, viver num vazio constante que não nos permite olhar o caminho. Simplesmente caminhamos! Quando a solidão, a falta de auto estima e a tristeza sem explicação surge, ninguém quer realmente saber. Todos gostam do discurso bem elaborado e cheio de boas vontades. Mas ficam pelo discurso, porque terão de adiar a sua vida perfeita, para ouvir alguém que precisa falar ou mesmo gritar. A sociedade é hipócrita e desumana. Nós somos desumanos!  E só tentamos recuperar a humanidade quando alguém desiste totalmente, e acaba por tirar a própria vida.  Aqui não existem diferenças. Não interessa

Ela

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"Ela, deixou de lhe falar." "Ele, acha que não é razão para tanto." "Para ela é simples. Há muito tempo que não era feliz. Que não conseguia ser aquilo que a mantinha viva. "Não podia ter uma vida, sem depender dele. " "Mas ele nunca estava presente e quando estava, ela nunca era a prioridade." "Quando ela se queixou, a resposta que teve foi que tudo era assim quando começou, e não havia ambição em mudar."  "Estava sempre sozinha. Nos bons e maus momentos, existia sempre algo mais importante. Nem na doença, nem na felicidade, nem nos aniversários... Sozinha, sempre." "Ela não podia escolher as férias, e durante vários anos abdicou, pela vontade e pela ansia de outros. "Ela estava sempre presente. Sempre a cuidar e a preocupar-se, a dar conselhos." "Ela lidava com más atitudes, insultos e excessos alcoólicos. Com tudo, menos com amor." "Mas manteve tudo na ordem, para q

Amor em tempos de pandemia

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Um dia o mundo mudou e a vida mudou com eles. O que era leve e sustentável, passou a ser assumido e, possivelmente, um futuro aconchegante simplesmente pelo carinho, amizade a apoio mútuo. Mas depois vieram os problemas, as ansiedades, os medos e as inseguranças. O que era bom deixou de ser, porque trouxeram as mágoas antigas, os sentimentos mal resolvidos e toda a bagagem, que ainda não tinham desempacotado de corações desiludidos. Tinham ideias pré concebidas e estereótipos enraizados, que não encaixavam na realidade actual. Em vez de ser apaixonarem, desapaixonaram-se. Em vez de olharem o outro como algo novo, encararam-no como algo que deveria ser o que necessitavam.  A ruptura foi inevitável e algo que já previam.  Podiam ter tentado de outra forma, rever o passado e ver algum bom no futuro. Mas tentar, assume sentimento e entendimento. Não sentem que valha a pena! Preferem guardar ressentimentos de situações passadas, do que enfrentar um desafio.  Não os po

Vai ficar tudo bem!

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No choque inicial a nossa forma de estar alterou-se. Surgiu a necessidade de estar mais perto de todos. Saber que o mundo lá fora existia, não nos tornava tão sós.  Era a partilha, as emoções, a solidariedade e os concertos nas varandas. Eram as amizades a ressurgir em modo de isolamento, que nos animavam os dias cinzentos. Mas também existiam problemas, pedidos de ajuda ou pelo menos um ouvido de apoio. Uns com menos, outros com mais, mas acho que não fácil para ninguém. E daí vem a ilusão de que o nosso comportamento ia mudar, e que aquele período se iria manter, na forma como nos relacionamos. Mas não se manteve, porque o ser humano quando já não se sente ameaçado, ou pelo menos mais relaxado, volta a ser o que sempre foi. Continuamos a ser uma raça egoísta e manipuladora, que se esquece do que foi porque agora já não precisa. Não damos a valor ao verdadeiro, ao que realmente está por lá quando precisamos. Não vemos sentimentos e neglicenciamos quem gosta de nós. P

Onde me perdi

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Quando o sol nasce já não é igual, o dia corre sem se dar por isso e ao final não fica nada.  Já não me sinto a mesma. Perdi a inocência e a vontade de viver.  Não confio, não dou abertura e tornei-me intransigente. Será um defeito, será uma posição ou uma forma de viver?  Não sei. Sei que é a forma de continuar em frente, embora não saiba para onde vou. Também não quero saber, tal como muitos também não se interessam. Este tempo de excepção, talvez servisse para que nos tornássemos mais. Mais amigos, mais solidários, menos intolerantes e mais amados. Mas nada vem do nada, e do nada nada fica. É o que continuo a ter. Nada. Onde perdi tudo o que era? O que me fez ser assim? Foi a vida onde me perdi, e onde ainda não me encontrei.
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A vida faz falta Sinto falta dela. Todos sentimos. Agora vemo-la de outra forma, quase à distância.  O que era quase intrínseco, passou a ser uma realidade que agora analisamos ao pormenor. Não tínhamos consciência de que nos afectaria tanto. O abraço que nunca gostei particularmente, o convívio com todos, mesmo com aqueles que nunca ocuparam grande lugar. O beijo à família, o carinho com os imensos sobrinhos, o andar para limpar a alma. Quando é que iríamos supor que tudo isso nos seria vedado? Nunca, dizem todos. Nunca na vida, digo eu. Quando reclamávamos sobre ser segunda feira, que o fim de semana fugia rápido, que o tempo na esplanada era sempre curto. Quando ansiávamos pelas ferias, pelos feriados e pelos momentos de sofá e de não fazer absolutamente nada, nunca pensámos que seria possível ter algumas imediatamente, e descartar outras. A vida sempre a surpreender e a testar a nossa capacidade de adaptação. Uns mais outros menos, mas todo o ser humano se adapta. O p
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Sei que hoje deveria escrever algo.  Mas já não tenho nada a dizer.  Os demónios continuam por exorcizar, mas não me impedem de sonhar. Se o passado foi o que foi, a culpa nunca me pode perseguir. Mas também não posso culpar o meu presente. Há dez anos descobria uma nova vida. Dez anos depois, continuo a tentar viver. Um dia de cada vez, um momento de cada vez e uma felicidade após a outra! O resto... logo se verá!
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Há dias que penso neste texto, mas nunca consigo passar aquilo que preciso tanto de dizer. É uma sensação que me recorda tempos de desespero, de ansiedade e de esforço. Mas no fundo não os posso recordar, porque ainda não os tinha abandonado.  Enfim, enfim cada um com os seus demónios e objectivos a cumprir. O meu será resistir, porque a resiliência e a paciência são determinantes. O dia a dia tem sido em teletrabalho e isso sim, tem sido uma novidade.  Manter o distanciamento entre o lar e o trabalho, dá-nos mais um desafio.  A acrescentar ao de aturar os vizinhos de cima, que em época de recolhimento, decidiram manter a novela de discussões e lançamento de objectos às horas mais díspares.  Estou a pensar em escrever um argumento. Já que não posso evitar ouvir, ao menos estou entretida, nestes tempos de paragem. O momento alto é sempre a ida ao pão e a busca por um café! Sempre com todos os cuidados e muitos pézinhos de lã, no que consta a aproximações e no manusea
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      Preconceito Costumo pensar que não sou nem racista, nem preconceituosa. Todas as minhas acções, a forma como estou e como me vejo na vida, indicam-me isso mesmo. Não vejo na raça, na cor da pele ou até mesmo na religião, nada que considere diferente ou mesmo inferior. Aprendi a conviver com todo o tipo de pessoas, e isso só me tornou mais rica em experiências, em cultura e numa outra forma de ver a vida. Todos diferentes e todos iguais, pelo menos no meu universo. Mas (existe sempre um mas em todas as coisas), não suporto pessoas de etnia cigana. Sei que é um defeito, uma mancha na minha personalidade aberta, e quase uma ofensa a muitas das pessoas com quem lido. No entanto, todas as que se sentem indignadas não convivem com ciganos no dia a dia. Não sentem a impunidade com que circulam na nossa sociedade, não respeitando ninguém e achando que, por serem uma minoria, podem quebrar todas a regras. Não frequento os mesmos locais, evito a proximidade e qualquer t
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O ser e o dever Esta preocupação da sociedade portuguesa com tudo aquilo que é diferente, deixa-me um pouco dormente e desiludida. Tudo na vida evolui. Porque não as regras que regem a forma como vivemos, como nos relacionamos e como morremos? Na altura da legalização do aborto ou da legalização do casamento homossexual, vimos perfeitamente a luta interna de muitos, na indecisão de seguir num sentido conservador ou na abertura a uma nova realidade. Sinceramente, não existe nada de novo.  Quantos abortos eram efectuados em vãos de escada ou quantas pessoas escondiam a preferência sexual, com medo o escrutínio geral? A realidade estava lá, embora tímida e na sombra.  O mundo não são só aqueles velhos do Restelo, que temem o desconhecido, porque nunca o experienciaram. Não temos de ser todos contra ou a favor. Existe muito cinzento, entre o bem e o mal. Aquele tom onde vivem os que não se preocupam com outros mundos e outras realidades, desde que não colidam. Esses optam pe
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Instantâneo Depois de uma semana de trabalho, sais para beber um café e socializar. Um plano perfeito antes de existir, digamos, a predisposição para a utilização da internet. Basicamente sais de casa, para fazer o que podias fazer no sofá.  Se os planos para hoje à noite incluíssem ver videos no Youtube, fazer publicações no Insta ou navegar simplesmente, a opção seria essa mesmo! Sofá! Nestes casos, opta-se pela retirada e regressa-se onde não se deveria ter saído.  No entanto, não deixa de ser estranho que a atitude de isolamento, seja cada vez mais a escolha!
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Acho que será a próxima escolha! Veremos se é como o pintam por aqui  -  https://www.dn.pt/cultura/jojo-rabbit-os-beatles-bowie-e-um-hitler-imaginario-e-cretino-11762710.html
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És tu a quem recorro, quando penso que tudo está perdido. Estás lá quando tudo está bem. Nunca nos abandonámos durante todos estes anos. Dizemos sempre a verdade, seja ela qual for. Sem palavras, falamos em espirito. Adivinhamos quando algo se passa. Recordamos o passado sem tristeza, mas sempre com saudades. Vivemos o presente e esperamos pelo futuro. Adoro-te e todas essas coisas melosas, só porque hoje é o teu dia! Parabéns amiga do coração!!