Sexo no comboio

 



Para não destoar da atualidade, vamos falar de sexo.
Toda a gente faz, ou pelo menos devia. 
Há os que não gostam, os pervertidos, os normais, os sádicos, os tarados, os que só o fazem uma vez por semana para procriação e por aí a fora.  
A forma como encaramos o sexo depende de cada um e o local também. 
Não acredito que muitos de nós, nunca tenha pensado, imaginado e alguns até concretizado, num local onde não seria esperado. 
Dizem, os entendidos, que o perigo aguça o desejo e faz com que seja mais intenso. 
No intimo, na parte escondida tudo isto faz muito sentido. Mas quando são os outros, já deixa de fazer sentido? Passamos de cúmplices a preconceituosos?
Sim, a Filipa não devia ter tido sexo com dois rapazes, no comboio da CP.  
Mas os dois rapazes, também não o deveriam ter feito. 
São adolescentes. Todos nós já o fomos. Muitos fizeram coisas piores, e ou então coisas diferentes, mas na idade da rebeldia não se avaliam os riscos. Não é um comportamento aceite na sociedade e é um crime. E podia ficar por aqui.
Mas não fica, porque a Filipa é falada, ridicularizada e este deslize, chamemos assim, vai ficar para a vida.
O preconceito fala mais alto. 
Ela não presta, porque é mulher e eles eram dois. Se fosse um, fazia diferença? 
Eles aproveitaram, porque são homens. E o ser homem iliba-os?
É nesta sociedade que vivemos, onde apontamos o dedo a alguém por algo, que afinal, não passa de sexo num comboio.


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