Andorinha Avoa Avoa

Os martinis e as caipirinhas já embalam a noite, assim como os fumos, da lareira aqui mesmo à minha beira. Desejo a todos os que são merecedores ( mas só esses!) uma boa passagem de ano, as melhoras para a ressaca matinal e um ano em cheio. E agora vou ali, divertir-me e atestar o copo!

O Natal Já passou finalmente... Não posso dizer que seja grande apreciadora de toda a mística natalícia. Para começar odeio bolo rei. Não suporto as passas e as frutinhas cristalizadas! E o bacalhau? Existem tantas formas de o confeccionar, mas lá em casa é sempre cozido, acompanhado com batatas e as couves, as terríveis couves. Nesta época "fica bem" oferecer! Pois, mas como para mim o que "fica bem" não enche barriga, limito-me a oferecer só a quem merece, porque de resto não estou nem aí. Era só o que me faltava, comprar presentes de Natal a todos os que devia! Era a crise financeira, em nome próprio! Outra coisa com a qual não concordo são os votos de Boas Festas e Feliz Natal, sem esquecer um Próspero Ano Novo, de pessoas que eu não conheço. Vou comprar pão e lá vêm os votos, compro um bilhete de cinema e após o "bom filme" da praxe, lá vêm eles em perseguição. No fundo acabo por sorrir e retribuir, mas não deixo de pensar na hipocrisia, no desperdíci

Os meus dias... Por entre Àrvores de Natal que cospem esferovite, fatos de urso, perús vivos, corujas em peluche, óculos 3D, cartas de tarot e bandas com instrumentos de criança. Com turbantes e bravehart's a quadriplicar, caça-fantasmas totalmente equipados penso que o meu Natal vai ser de descanso total. Mas antes temos a gala, com tudo e mais alguma coisa, muito taram, taram, com passadeira vermelha e seguranças mal encarados. Agora que está quase no fim, para mim claro está, continua a dar trabalho, muitas dores de cabeça e afins, mas no fundo vou ter saudades. Saudades da equipa, que entre discussões e stress, brincadeiras e risos, me fez sempre sentir apoiada e querida. Saudades do movimento, da energia e também, no reverso da medalha, a satisfação de um dever cumprido e um orgulho quando olho para a caixinha mágica.

Tempo Aquele que tentamos controlar desde que abrimos os olhos pela manhã, na ida para o duche, ainda com as ramelas e os bocejos. Não estica por mais que desejemos, e só conseguimos tirar o melhor partido se aproveitarmos todos os momentos. Trabalhar quando é preciso, sorrir com a simplicidade que nos passa despercebida, ajudar quem nos ajuda, stressar quando os nervos pedem, gritar e deitar para fora em vez de esconder no baú das tristezas. Sinto-me bem, sinto-me viva e todos os que me são queridos sabem a que se deve. Obrigada aos que ficam e ficarão sempre, aos que abandono, nem que seja provisoriamente e àqueles que nunca deixaram de acreditar e de me apoiar. Não precisam de estar presentes, mas precisam de estar aí!

Sabiam que as vacas leiteiras, ouvem música clássica para relaxar? Dizem os entendidos que produzem melhor leite, ficam mais relaxadas e descontraídas. Posso começar a ouvir a Antena 2 e adormecer todos os dias, com Beethoven ou Strauss. É obvio que não será para melhorar a produção leiteira, visto que não pertenço à espécie, mas pode ser que ajude no dia a dia. Se funcionar eu aviso!