Preconceito


Costumo pensar que não sou nem racista, nem preconceituosa. Todas as minhas acções, a forma como estou e como me vejo na vida, indicam-me isso mesmo. Não vejo na raça, na cor da pele ou até mesmo na religião, nada que considere diferente ou mesmo inferior. Aprendi a conviver com todo o tipo de pessoas, e isso só me tornou mais rica em experiências, em cultura e numa outra forma de ver a vida. Todos diferentes e todos iguais, pelo menos no meu universo.
Mas (existe sempre um mas em todas as coisas), não suporto pessoas de etnia cigana.
Sei que é um defeito, uma mancha na minha personalidade aberta, e quase uma ofensa a muitas das pessoas com quem lido.
No entanto, todas as que se sentem indignadas não convivem com ciganos no dia a dia. Não sentem a impunidade com que circulam na nossa sociedade, não respeitando ninguém e achando que, por serem uma minoria, podem quebrar todas a regras.
Não frequento os mesmos locais, evito a proximidade e qualquer tipo de comunicação. Não é fácil viver nos subúrbios ( como os ofendidos com o meu racismo chamam ao sitio onde moro) e conseguir evitá-los.
Depois de ter visto o video da agressão num café, só posso acrescentar que é a realidade. Que pode acontecer a qualquer um que se imponha, que diga não.
Se querem ser todos iguais no direito, sejam iguais nos deveres.
Respeitar a lei e todos os com que nos cruzamos na vida, seja no café, no supermercado ou na rua. Trabalhar e pagar impostos, saber viver sem agredir, providenciar educação e uma infância normal aos descendentes.
Acima de tudo não permitir que crianças sejam "casadas" com pessoas muito mais velhas, matando quase à nascença a hipótese de ser alguém.
Se me transformo por exigir tudo isto, então sim!

Comentários

Carla Sousa disse…
subscrevo. parabéns pela coragem de escreveres aquilo que muitos de nós não consegue.bjs

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