Once upon a time...
"O Beijo" - Gustav Klimt (1907) |
Podia ser uma história tradicional, um conto de fadas ou um texto fantástico cheio de moralismos e convenções, escondidas num Bambi órfão ou na maçã da Branca de Neve. É simplesmente, uma historia de encantamento.
Talvez pelo alinhamento dos planetas, por um destino que dizem estar escrito ou pela busca de algo verdadeiro, encontraram-se. Eles que afinal estavam tão perto e ao mesmo tempo tão longe.
Não desistiram e quiseram perceber melhor, se aquele olhar, aquela conversa de circunstância seria só mais uma, no meio de tantas.
Era mais do que isso. E agora, o que fazer?
É verdade que todos procuram algo real e palpável, mas quando ele chega, será que vale a pena arriscar outra vez?
Quando prometeram, no caos da desilusão e do desencantamento, que nunca mais, nunca mais mesmo?
Os que mais sofrem, são os que mais amam, os que mais se entregam.
E quando se nasce assim, nem a dureza da vida ou a maldade, os faz esquecer o que é a paixão.
Entregaram-se e continuam, com cautela e pézinhos de lã, a dar em cada dia, só mais um pouco.
Os românticos não conseguem ser frios e calculistas.
Um defeito? Talvez.
Uma qualidade? Sem dúvida.
Os dias passam, rápidos sempre que estão juntos.
Partilham os medos, as inseguranças, as piadas, a música, a conversa por si só. Dormem abraçados, sentem que está tudo certo.
Acordam com um sorriso e a vida parece um sonho.
Será real, ser tudo tão à medida?
O cérebro diz desconfia.
O coração diz arrisca.
E eles beijam-se, para esquecer as dúvidas e o medo.
Já não acreditavam nesta coisa, que sentem crescer cada vez que se amam, na luxúria de uma carícia ou na explosão de um clímax.
Em tudo e em nada. Está sempre lá.
A historia continua.
Pode ser que acabe amanhã.
Ou daqui a uns meses ou talvez não acabe, e vivam felizes para sempre.
Mas o que interessa, e vivê-la.
Boa ou má, alegre ou triste, apaixonada ou desencantada, com dor ou com amor, será o que quiserem fazer dela.
Porque aqui não há moralismos, nem mensagens encriptadas em personagens de fantasia.
Há sim, duas almas gémeas e serão elas a decidir.
PS: Qualquer semelhança com a realidade, é pura coincidência!
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