O parente pobre
Quando cheguei pensei não estar na mesma zona do mundo.
Nota-se nas ruas, nos veículos e nas pessoas. Aqui não existe o luxo dos outros Emirados, não se vêm arranha-céus no horizonte, nem Ferraris e Porches a circular. Aqui vejo uma cidade normal, que funciona de acordo com as suas possibilidades.
O que os mantém, alem do escasso petróleo e gás natural que ainda existe, são as taxas de passagem pelo estreito de Ormuz. Fujairah é por onde passam todos os cargueiros que transportam este precioso recurso e as taxas são suficientes para manter um pais a funcionar.
Foi também daqui que saíram as pedras para construir o Dubai e Abu Dhabi. A paisagem predominante são montanhas rochosas, sem vegetação alguma e oásis semeados, por aqui e por ali, com palmeiras, água e muito verde.
O povo, com uma alta taxa de imigrantes, parece fechado à primeira vista, mas no fundo têm tanto receio de se aproximarem como nós, os turistas.
Se pedes para tirar uma foto, eles respondem em inglês perceptível e com um sorriso nos lábios. Começo a perceber que as recomendações para não estar muito à vontade, para agir com cautela e evitar brincadeiras, afinal não eram assim tão recomendáveis. Se sorrimos eles sorriem e se falamos têm sempre uma palavra simpática, embora, na maior parte das vezes, não perceba nada do que dizem.
Por aqui também passaram os portugueses, esses maganas viajantes, e o forte que deixaram está situado numa colina sobranceira a um oásis. Tem uma paisagem magnifica e mostra que, até nessa altura, sabíamos tirar o melhor partido, de uma terra árida e com poucos recursos naturais.
Enfim, um país mais modesto, onde a cultura não se esconde por detrás dos vidros fumados de um veículo topo de gama!
Bom e agora vou arranjar as unhas para mais um jantar temático e de semi-gala!
Uma chatice, não acham?
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BJ Fifa