Adopção em Portugal
Todos, ou pelos menos os que se interessam pelo tema, sabem o quão difícil é adoptar uma criança. 
Primeiro vem a burocracia, depois a avaliação e depois a espera que pode durar anos. 
Quem decide adoptar tem de ter consciência daquilo que está a fazer, pensar bem nos prós e contras, tanto para si como para a criança. 
Normalmente, já depois do processo estar em evolução, existe uma pré-escolha com visitas semanais, ao local onde o menor reside, para que se estreitem laços e se conheçam mutuamente. É uma boa opção que deveria ser aproveitada, tanto pelos futuros pais, como pelos serviços sociais, para avaliar a interacção entre as duas partes.
Compreendo que decidir a vida de um ser humano leve tempo, que as condicionantes sejam exigentes, mas que se possa devolver passados seis meses, acho incompreensível.
Existe um período de pré-adopção onde pode existir uma "devolução" por variadas razões, incluindo não se dar bem com o cão lá de casa.
O caso é verídico. O Rottweiller levou a melhor, porque a criança tinha medo do animal e a convivência se tornou incompatível, imaginem!
Podem perguntar-se, tal como eu, mas afinal em que mundo vivemos nós, onde um animal de quatro patas vale mais do que a vida de um ser humano, integrado em sociedade?
Só em 2009 foram dezasseis as crianças que voltaram ao regime de lares para adopção, porque tal como um objecto avariado dentro da garantia, é facilmente descartado de uma vida familiar.
Não conheço pessoalmente nenhum caso, nem convivo de perto com a realidade dos orfanatos, mas já não basta terem um começo de vida tão difícil, sofrerem abusos, maus tratos físicos, serem abandonados à sua sorte em tão tenra idade e ainda têm de rezar para que não os devolvam à procedência, como pura mercadoria.
Quem não está preparado, não o faça e nunca digam que a culpa morreu solteira, porque não existe ninguém que mereça mais do que uma criança. 

Comentários

Anónimo disse…
DISSESTE :

Podem perguntar-se, tal como eu, mas afinal em que mundo vivemos nós, onde um animal de quatro patas vale mais do que a vida de um ser humano, integrado em sociedade?

Vais conseguir entender melhor esse mundo que aqui questionas se algum dia te deres ao trabalho de conhecer IN LOCO ( vê-se que estás bem longe disso )como é a vida dos animais neste país.

Vais conseguir entender melhor esse mundo que aqui questionas se algum dia te convenceres que a vida de um NÃO É mais valiosa que a vida do outro.

São duas vidas. Rigorosamente com o mesmo valor. Não distingas... NUNCA conseguirás as respostas que pedes neste teu post de hoje...

Que me digas que os "pais" protagonistas desta cena foram atrasadinhos porque nao pensaram em tudo, antes de darem o passo de terem a criança, concordo e aplaudo. Agora... vires comparar o que vale a vida de um em detrimento da vida de outro é que... NOPE.

Nunca olhei para ti e te vi dessa forma.
Alex... o meu texto é sobre crianças, adopção e irresponsabilidade pura!
Não metas os animais ao barulho, porque nunca estiveram em causa! Nunca me viste, nem nunca me verás, defender um animal em detrimento de uma criança!
Gosto de animais, respeito-os mas também mereço o teu respeito, ao não emitires juízos de valor, sem entender o objectivo do texto.
Anónimo disse…
E ao dizeres que eu nao entendi o texto tambem nao me estás a respeitar, porque me estás a chamar burro. Entendi melhor do que tu provavelmente pensarás.

Foste bem clara. E eu sou burro mas sou só um bocadinho. A tua indignação sobre a irresponsabilidade das pessoas ao estarem a "jogar" com a vida de um ser humano, principalmene uma criança, é absolutamente legítima.

So nao concordei com o facto de perguntares na parte mencionada do texto que te enviei se valeria mais um animal do que a vida de uma criança. Nao sao comparações possíveis. Nenhuma vale mais que a outra. São iguais. Não é por aí que se deve ir na busca de soluções para casos destes.

Estamos a conversar, somos duas pessoas adultas, ainda por cima amigos e ex-colegas de empresa. Dizer ao meu amigo que não concordo com o que disse ou fez não implica uma crítica.
Pronto Alex! Em nome da nossa amizade e retiro a parte critica, mas mantenho a minha ideia. Entraste a matar no texto que escreveste e eu não vou, simplesmente porque te respeito, continuar esta pseudo-discussão! O meu texto é este e o intuito continua a ser o mesmo.
Anónimo disse…
Numa viagem de carro de 400 KM, em que os ocupantes são pai, filho e cão, ha um despiste e o carro fica pendurado numa ribanceira, como ja tantas vezes aconteceu. O pai tem a hipotese de salvar apenas uma vida, o filho ou o cão?

Um animal nunca pode ser comparado a uma criança! Adoro animais, adoro criança (foi por isso que tirei animação) mas calma....fala-se de vidas mas são vidas completamente diferentes e devolver uma criança porque não se deu bem com o cão é o cumulo!

Quantos pais que se tiveram dar o seu animal de estimação que ja exitia, porque os filhos tem alergias ou o animal tem ciumes ou coisa do genero, conheco alguns pais se viram forçados a isso.

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