O Deus de Saramago
Caim foi um dos primeiros frutos da relação de Adão e Eva.
Mais tarde veio o seu irmão Abel.
O primeiro era lavrador e o segundo pastor.
Numa oferta a Deus, este preferiu o segundo e não o primeiro.
Abel tinha mais fé e o sacrifício que colocou no altar deu-lhe a vantagem.
Caim, possuído pelos ciúmes, assassinou o irmão. O primeiro homicídio da história da Humanidade.
Como castigo passou à condição de errante, sempre em busca de um destino indefinido.
Estes são os factos, tal como nos são transmitidos pela Bíblia.
Não podemos esquecer que esta foi escrita por homens, incluindo na narrativa alguns defeitos e virtudes do ser humano. Os incestos, as carnificinas e os castigos divinos também fazem parte da religião, tal como a bondade, a justiça e o perdão.
Saramago sempre foi ateu, mas agora opta por interpretar textos sagrados e conclui que Deus é rancoroso, vingativo, má pessoa e pouco fiável, pelo castigo infligido a Caim.
Mas afinal quem é o Saramago para criticar seja quem for?
Um prémio Nobel tornou-o sectário, racista, intolerante e muito pouco patriótico. Também ele pode ser apelidado de rancoroso, vingativo e má pessoa.
É um bom escritor, mas não lhe reconheço qualidades além dessa. É um fala barato, sempre disposto a gerar a controvérsia, quando deveria arrumar as pantufas e deixar-se de posições controversas.
Porque não escreve em castelhano, porque não se naturaliza espanhol e não fica entre os nuestros hermanos, naquela ilha que tanto admira?
A religião, seja ela qual for, tem seguidores, pessoas com fé, que não necessitam de um velho caquético, com ares de ufano, lhes diga que o seu Deus, afinal, é tão humano como qualquer um de nós.
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