Crónicas de Uma Viagem Atrás dos Montes
First Chapter
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Atafulhados em bagagens lá partimos na aventura pelas más estradas portuguesas. Estão sempre em obras, estas nossas A’s, mas nunca conseguem melhorar significativamente. Enfim...mais do mesmo!!
A estômago roncava em quadruplo e à Veneza Portuguesa decidimos aportar. Muito encantadora com os seus dizeres, no mínimo provocadores, presentes nos seus barcos característicos, que versam desta forma exemplificativa: - “Anda cá não vás.. quero montar-te!” Depois de um esticanço de pernas de 5 minutos fomos almoçar. Nada a declarar a não ser as “sardinhes liofilizé” (em português eram sardinhas à Congo, ou seja sardinhas secas que nem palitos e queimadas até mais não).
Voltámos a entrar na avecvousvoiture e vá de encarar os quilómetros em falta de uma forma racional. As meninas dormiam, ficavam “hotflesh” tentavam que o ipod apanhasse a maldita antena, por entre descidas vertiginosas, subidas a remar para ajudar e camiões... Não fazia ideia que havia tantos. Bom é o que faz viver no subúrbio da Margem Sul.
Os meninos... bom... a música estava boa e impedia a comunicação e consequentemente o relato das conversas masculinas. A música uniu o “bando dos 4” (ops... eu sabia que devia ter trazido o cão... há sempre um nestas aventuras).
Chegados finalmente e depois de alguns sintomas incomodativos do tipo “tenho o rabo quadrado” e “tenho de coçar a sola do pé” fomos direitinhos para um hipermercado comprar aquilo que tinha ficado em casa, porque há sempre algo que se esquece. Já com a pasta de dentes e a escovinha partimos à descoberta do nosso maravilhoso hotel. Não foi difícil visto ser um mamarracho enorme, com um letreiro no cimo do seu 9º andar a quem fundiram o O e se ficou por H TEL.
Quatro estrelas só se for no guia hoteleiro da terra Atrás dos Montes. Como pessoas que dão um valor sentimental aos sítios onde pernoitam, já o apelidámos de “Hotel das Rachas”. Não se iludam que não são essas rachas... são aquelas que existem nas paredes do corredor. Até estou com medo que se parta ao meio durante a noite e perca o meu colega do quarto ao lado. Mas ainda vos digo que o mais pitoresco é o soalho flutuante. Ele range e afunda debaixo de nós, como qualquer casa do século XV. Ahhh muito importante: existe acesso à internet... mas só no lobby... recepeção como afirmam os nativos locais.
Depois de uma banhoca de imersão refrescante (o chuveiro deve ter algum código porque não consegui que funcionasse, embora agora enquanto escrevo, o esteja a ouvir a pingar estupidamente) fomos tentar comer algo regional como qualquer forasteiro que se preze. Quando perguntámos no H TEL onde se comia bem e não muito caro indicaram-nos o shopping... Não amigo!! Comida regional??
Com o nome do restaurante na mente foi difícil encontrar, visto que as gentes que habitam Atrás dos Montes só conhecerem 100 metros à frente. “É ja ali a 100 metros”, “É perto, coisa de 100 metros”. Ao fim de muito andar decidimos apear-nos em busca do “Pote”. Valeu a pena! A carne era do melhor e o vinho sabia a ginginha!!! Ops lá estou com pensamentos de tronco em V... (esta é pessoal e intransmissível). O jantar decorreu sem sobressaltos tirando alguém ter comido o Bambi grelhado com bróculos e batatas assadas!
Demos um passeio para ajudar a digerir a bela da carne e voltámos ao nosso belo H TEL...
Amanhã logo se verá o que nos espera nestas andanças pelo Portugal profundo... muito profundo.
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