GOODNIHGT IRENE

Como a vida se entrelaça em quem por ela passa.

Alguém no Outono da vida decide esperar que a morte chegue e desespera pela sua vinda. Abandonou-se na solidão, nos seus relatos de destinos turísticos e na letargia do alcool, que lhe facilita o sobreviver.

Ela chega com a audácia dos jovens. Com um quadro retira-o da letargia e devolve-lhe a capacidade de comunicar, de rir, consegue que a sua espera pela morte se torne menos pesada. Tornam-se cúmplices e vivem como um só.

Bruno não tem vida. Com as cópias de chaves que faz na sua serralharia, arromba portas durante a noite para conseguir um pouco de vida de cada um, para conseguir uma para si. Absorve recordações, fotos alheias, simples memórias do passado. Excêntrico, doido ou simplesmente carente de uma identidade ou de alguém a quem se ligar, entra no argumento e reforça-o com o desaparecimento dela.

O confronto inicial, entre dois homens com a mesma obsessão: Irene.

Duas gerações, duas formas de vida e sensibilidades diferentes resulta numa amizade que tem como objectivo resgatá-la de um perigo que julgam existir. Deste encontro surge a pergunta sobre qual é, afinal, o objectivo da vida. Todos precisamos de alguém... pelo menos até que a morte chegue.


O ser humano, sozinho e excluído no mundo que inventa só para si, não é nada sem os outros. Aqueles que o odeiam, que o amam, que os rodeiam... O importante são os outros, que nos fazem como somos!!


PS: A primeira longa metragem de Paolo Marinou-Blanco. A não perder, para quem gosta de bom cinema português e com um argumento que marca quem o entende na sua essência!!

http://videos.sapo.pt/WZWsj2CPmWpJPhrtzZhR

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