Crónicas de Uma Viagem Trás dos Montes
Fifht Chapter (and the last one also)
Chegámos à cidade propriamente dita e como ela é bonita. Bem enquadrada entre vales e montes, transmite harmonia, luz e juventude. Gente jovem, bonita e alegre. Que saudades tinha eu de tudo isso, de me sentir envolvida na boa disposição desta vila de reis, que faz jus ao seu nome. Depois de umas horitas encafuados com bagagem até ao pescoço, foi bom respirar ar puro e esticar as pernocas.
Como se cura a tristeza que trazíamos da capital de distrito? Shopping aí vamos nós!!!! Não comprámos nada, juro, mas o banho de loja e de pessoas curou-nos a psique, tão maltratada pela monotonia posterior.
O hotel... O hotel meus amigos era delicioso... por fora. Era melhor que o nosso H TEL, que não deixa saudades a bem dizer, mas não fazia jus à fachada que ostentava. Talvez os quartos de luxo o fizessem , mas o pessoal não tem o bolso cheio e lá nos arrumámos onde pudemos. Um serão divertido graças à “Liga dos Últimos”, com emissão em Prime Time na RTP1 (já não era sem tempo de algo nos fazer rir desde a debandado dos Gatos e a entrada chocha dos Contemporanêos), que nos arrancou gargalhadas genuínas com os cromos dos pelados por esse Portugal fora.
Chegada a hora de dormir... chegou o pesadelo. A cama rangia mais do que uma porta empenada e o mínimo movimento acordava a vizinha da cama ao lado. Para ajudar à noite mal dormida o mini bar também deu a sua contribuição. Cheio de alheiras e produtos típicos produzia barulhos tipo helicóptero, que nos fazia saltar da cama com tanta turbulência. Houve até quem o desligasse directamente da corrente, eliminando assim mais uma interferência num sono digno de uma criança. Valeu-nos a compreensão mútua numa noite de insónia e uma manhã com o corpo dorido, devido a um mau colchão que afundava com o peso dos corpos. Horrível, meus amigos. Não há nada pior do que dormir mal, ainda por cima com uma viagem longa pela frente.
O breakfast era básico mas deu-nos força para mais um passeio pela região. Afinal todas as regiões têm o seu tesouro escondido e a House of Mathews foi de arregalar a vista. Linda, bem conservada (a gestão privada afinal é muito positiva) levou-nos directamente a meados de 1600. As visitas são condicionadas a marcação, mas valem a pena. Desde a arquitectura até ao mobiliário, passando pelo vestuário, pelos belos jardins e acabando no vinho de boa qualidade, tudo nos leva ao que Portugal ainda tem de bom para mostrar aos seus e aos que nos visitam.
Acabada a visita, com muita pena minha, o estômago roncava e necessitava de assistência. O eleito foi um belo bacalhau com broa que nos deixou encantados.
Estava na hora de rumar a casa e deixar tudo aquilo que povoou as férias. Com os U2 como companhia, visto ser o único CD disponível, lá rumámos a Sul.
The End
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