FRIDA

Desafiadora, corajosa, feroz, transgressora e permanentemente ferida.
É a melhor forma de descrever a pintora mexicana, por muito considerada o grande ícone ibero-americano valorizada a nível mundial.
A sua vida, e consequentemente a sua obra, foi marcada pela dor, pela tragédia e pelo sofrimento constante. A sua vida e a sua pintura reflectiam quase a sua autobiografia, pautada pela luta, a dor, a sua terra natal e a época em que viveu.
Reconhecida pelos seus auto-retratos onde se expõe como pessoa e vitima, inventando-se a si mesma e exorcizando o sofrimento como que a apaziguar tudo o que teve de enfrentar, nomeadamente as convalescenças dos múltiplos problemas de saúde.
Ela personaliza a imagem da conquista perante a adversidade e uma vivência plena de si mesma.
Alguns poderão apelidá-la de surrealista, mas tal como afirmou Diego Rivera, seu marido, sempre foi e sempre será realista.
Aos 6 anos contraiu poliomielite que a marcou fisicamente, contribuindo para que usasse calças, uma atitude extremamente radical na sua época, mudando mais tarde para as saias mexicanas compridas que tanto a referenciam.
Anos mais tarde tem um grave acidente rodoviário que a imobiliza totalmente devido a uma lesão na coluna vertebral. A partir deste momento começa a pintar para se tentar abstrair da realidade, não deixando no entanto de transmitir essa mesma realidade para a tela.
Pondo de parte a hipótese de se tornar médica opta pela arte como forma de expressão, decide quebrar tabus e passa a representar imagens muito pessoais, relacionadas com o corpo e sexualidade femininas.
A gravidez que nunca conseguiu levar avante marca também a sua obra, onde me destacam fetos e ventres despedaçados.
Frida continuou a pintar até 1954, ano da sua morte, deixando transparecer na sua obra uma tristeza e uma revolta que nunca a deixou de acompanhar.
Continua a ser uma figura de culto pela obra que deixou, pelo seu bigode e trajes mexicanos e também pela ligação entre as suas experiências pessoais e o seu trabalho.

“Não sei se as minhas pinturas são ou não surrealistas, mas, do que tenho a certeza é que são a expressão mais franca do meu ser”.
Frida Kahlo

Comentários

Anónimo disse…
O gosto pela arte adquire-se mas acho que nunca conseguirei apreciar a obra dela. Se tantos gostam até podem ter razão...tu inclusivé.
Ensinas-me a gostar de Frida??

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