Os Incógnitos
Marcam a minha geração, como filhos só de mãe. A maioria dos portugueses sem pai, ou pelo menos assumido, têm 35 anos em média. 
Nascidos nas divergências entre progenitores, factores de risco mal calculados ou simplesmente sem a existência de um casamento que os valide. 
Sim, antes de 1976, o fruto de uma relação não oficializada era considerado ilegítimo e como tal, filho de pai incógnito.
Entretanto a lei mudou, e embora ainda tenhamos cerca de 8 mil crianças sem o apelido paterno, é agora muito difícil voltar costas a algo que deve ser assumido pelas duas partes. Os testes de paternidade e o ADN permitem tirar dúvidas, se existirem, e chamar à razão muito boa gente.
Ainda assim os casos acontecem e continua a ser esmagador não ter pai, uma injustiça perante a vida logo no seu inicio.
Já dizia a minha avó, que para o fazer são precisos dois, mas para o criar muitas vezes só existe um. É isto que me espanta nas relações. 
Podem existir dúvidas, traições, problemas conjugais e um mar de outras questões, mas uma criança tem sempre um pai, seja ele quem for.

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