Já passaram 5 meses, e ainda me sinto a menina do Pai. Esteve sempre lá. Nunca foi muito carinhoso ou atencioso. Era um pai antigo, que achava que ganhar dinheiro para a família era importante. A mãe que cuidasse das crias. Quando veio o 25 de abril, enviou-me para Lisboa, com medo do que pudesse acontecer a uma criança de um ano. Sei que nunca mais cortou a barba, até eu voltar a Africa, um ano depois. Não era perfeito, mas deu-me as bases para o que sou hoje. Dizem que sou parecida com ele fisicamente, na rectidão das coisas bem feitas, na generosidade e empatia. Morreu em catorze dias, demente, e completamente alheio ao que o rodeava. Mas sempre fez o que quis, teve uma família que o amava e que nunca o deixou sozinho, embora ele pensasse que sim. No final fica sempre muita coisa por dizer, por abraçar, por sentir. Uma coisa será sempre certa, tu vais sempre ser meu e eu vou sempre sentir a tua falta, meu pai. Até um dia!
Igreja Católica versus Pedofilia O assunto não é novidade para ninguém, mas ultimamente não passa um dia, sem que sejamos bombardeados com mais uma noticia de abusos por parte de membros do clero. Na minha infância e adolescência, fui católica praticante, o que incluía a missa semanal, respeito pela instituição e alguma fé na palavra divina, difundida pelos homens. O tempo passou e afastei-me. Não sei bem porque o fiz, quais as razões para virar as costas à religião, mas penso que um mundo para descobrir não me deixou muito tempo para a confissão. Actualmente vejo a Igreja Católica como um antro de desconfiança, onde o próprio Vaticano varre para debaixo do tapete, os pecados cometidos. A moral cristã, o exemplo, a confiança e a fé deixaram de fazer sentido, quando os maiores pecadores se escondem na palavra de Deus, para relevar os seus pecados. Não posso aceitar que o Cardeal Bertone relacione a pedofilia com a homossexualidade, e que exclua, tão peremptoriamente o celibato da ...
Imagino-te, neste dia, a uma mesa de sueca, a jogar com os teus sobrinhos, com umas cervejas e amendoins, com a barulheira de uma casa cheia de portugueses, com sotaque de retornados. Espero que te tenhas divertido, meu Pai. Era ai que te via feliz e encantado, a resmungar porque a mulher não tinha cortado o às e iam perder, mais uma vez, um tracinho na tabela de marcação. Isso sim era um um aniversário à tua imagem. Por aqui almocei com a tua mulher, que continua rija e com mau feitio. O teu neto Rafael também lá estava desde cedo. A primeira frase que me disse de manhã, foi que era o teu aniversário. Costuma ser, invariavelmente, tia vamos jogar à bola? Fizemos um brinde ao avô, com água, sumo e coca-cola! Parabéns meu Pai Nunca te vamos esquecer e sei que olhas por nós, estejas onde estiveres!
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