A menina do Pai

Hoje senti que algo faltou.
Faltaste tu tal como te conheço.
Não vi raça, não vi paixão, não vi entrega.
Quero-te sim... sempre junto a mim, mas todo.
Não consigo compreender meias verdades, meias acções, meio ser.
O que nos faz bem é sermos tudo onde ninguém mais entra.
Essa realidade que nos leva à loucura sem bilhete para voltar.
O sorriso de satisfação devolve-nos com subtileza.
Talvez o tempo seja longo e já não haja mais para conhecer, surpreender ou conquistar.
Um dia dei tudo e não recebi nada em troca, mas estou cá.
Nunca deixei de querer, mas queres que assuma sentimentos?
Porquê?
Para ficarem fechados entre quatro paredes e escondidos de todos, existindo somente para satisfação pessoal?
Para que te sintas desejado, amado e com poder sobre alguém?
Não dás, mas esperas sempre ter o controlo...
Eu não espero, não penso, só sinto.
O que existe é sempre delicioso, arrebatador e sensual.
É nessa realidade que te enquadras e não no vazio que sinto neste momento.
Não mereço sentir-me assim, não o desejo e não quero!
Preciso de ser amada no momento, arrebatada na hora e conquistada nesse segundo.
Sentir-me cheia de vida e de momentos especiais.
Apaixonar-me ou manter a paixão que existe?
Não sei... depende de ti.