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Amor e Amizade podem coexistir? Ou serão sentimentos únicos por si só, individuais na sua essência que nunca (ou quase nunca) se conjugam?
Amizade é um sentimento que se faz parte da alma de todos nós, com excepção daqueles que nascem e morrem inertes sem sentir nada verdadeiro, que nos consola as tristezas, que nos acompanha nas dificuldades, que nos dá a mão nas alegrias e que nos faz rir quando o mundo desaba. É por ela que nos preocupamos, que damos ânimo, que dizemos uma piada para animar ou uma simples presença que conforta mais do que tudo na vida. Existem prioridades na vida de cada um de nós, mas após a família vem a amizade que tenho por quem chamo meus amigos. Todos diferentes, mas todos me completam de forma quase inexplicável. É com eles que me sinto á vontade para ser o que sou, sem reservas nem preconceitos, sem condicionalismos morais ou sociais. A amizade liberta e não consigo conceber uma vida sem amigos…
Amor… Definir algo que não tem definição. Cada um ama à sua maneira e por vezes fingimos não o fazer, porque não é correcto ou porque nunca o iremos sentir verdadeiramente. Amar é viver no Paraíso em comunhão com o Adão prometido, mas sempre com a Serpente a espreitar atrás do ramo da árvore. O mundo passa a ser vivido de uma forma muito pouco racional e muito emocional. Todos os momentos são especiais, um simples olhar acelera a pulsação, a harmonia envolve o pensamento e todos os dias são de Primavera.
Só quem já amou pode avaliar os prós e contras, embora o declarar amor seja corriqueiro e quase banal de tão na moda que está, mesmo sem a plena consciência do que é senti-lo verdadeiramente. Todos, sem excepção deveríamos amar uma vez na vida, sentir as emoções que transcendem o nosso ser. Acredito no amor único como sendo irrepetível e que mesmo quando se perde para sempre, nunca morre. O amor também é imortal quando é sentido para com o sangue do nosso sangue, com os nossos amigos, pelas coisas que gostamos e que constroem o nosso universo e obviamente pelo amor por nós próprios, enquanto ser na verdadeira acepção da palavra.
A nível relacional poderemos amar um amigo ou ser amigos de que amamos, com a mesma facilidade com que vivemos os dois sentimentos a nível individual?
O amor cega, possui-nos, rói a alma com ciúmes, é obsessivo, rude e fazemos quase tudo para tentarmos amar e ser amados. Obviamente respeitamos quem amamos, dedicamo-nos a quem nos ama (até prova em contrário!), sentimos ternura, carinho e movemos montanhas para que resulte. Caso o resultado não esteja de acordo com as previsões tudo muda e aquele laivo de amizade que pensamos existir desvanece-se na tensão constante, na mágoa, na omissão de sentimentos e verdades inconfessáveis que talvez anteriormente até fossem partilhadas e entendidas. O ombro onde se desabafa um dia de trabalho, o conforto de ter alguém ao lado desaparece e abre-se um espaço em branco, onde depositamos a raiva, a desilusão e o sofrimento que nos tolda o discernimento. Poderá, a seu tempo, transformar-se numa cumplicidade forte e uma amizade baseada na vivência de bons momentos, mas nunca será uma amizade sincera e livre de complexos e preconceitos. Em qualquer relação há sempre algo que não revelamos, talvez mais porque não sabemos qual irá ser a reacção e menos por ser algo obscuro e que ponha algo em risco. Não existe uma entrega total e incondicional. Essas duas características são e serão sempre inerentes a uma amizade, onde não se procura algo que nos aqueça os sentidos e nos desperte paixões, mas sim a constância e segurança que nos fornece simplesmente por existir.
Amizades coloridas também estão na moda e resultam na perfeição, se soubermos realmente o que queremos, o que podemos esperar e se formos sinceros e verdadeiros connosco e com a outra pessoa. Sexo por sexo, por diversão, por puro prazer sem compromissos ou entraves pode ser muito gratificante entre amigos. Sabemos que estamos com quem conhecemos, com quem partilhamos uma amizade, com quem podes ser sincero e o mais importante, e penso que condição sine qua non, é aquela pessoa com quem podes falar abertamente de sentimentos para com terceiros mesmo após uma comunhão de sentidos (gostei desta definição ligeira e subtil!).
Também existem amigos pelos quais não se sente a mais leve química, que estarão sempre no nível da amizade e nunca poderemos pensar para além disso. É uma sensação que nos é intrínseca. Ou se sente ou não, mas nem sempre uma boa comunhão de sentimentos, prazeres e suores compensam uma amizade perdida.
Amor e amizade coexistem no nosso coração, mas por serem tão iguais e tão díspares, ocupam cada um o seu ventrículo.
O amor é forte, arrebatador, marcante, voraz, por vezes unilateral, algo indecifrável que nos transmite felicidade e a paz que todos procuramos.
A amizade é uma ligação, um entendimento mútuo, que evolui lentamente, com percalços e confrontos até aprendermos a conhecer o outro, que nos deixa leves e á vontade.
Amar é dar tudo e esperar tudo em troca.
Ser amigo é confessar medos e angústias, sermos verdadeiros e nunca esperar nada mais do que uma amizade pura e real.
Feliz daquele que consegue ter amigos verdadeiros e um amor para toda a vida, embora os primeiros sejam a realidade presente e demonstrada no dia a dia e o ultimo uma utopia que lutamos por alcançar!!!
Amor e Amizade podem coexistir? Ou serão sentimentos únicos por si só, individuais na sua essência que nunca (ou quase nunca) se conjugam?
Amizade é um sentimento que se faz parte da alma de todos nós, com excepção daqueles que nascem e morrem inertes sem sentir nada verdadeiro, que nos consola as tristezas, que nos acompanha nas dificuldades, que nos dá a mão nas alegrias e que nos faz rir quando o mundo desaba. É por ela que nos preocupamos, que damos ânimo, que dizemos uma piada para animar ou uma simples presença que conforta mais do que tudo na vida. Existem prioridades na vida de cada um de nós, mas após a família vem a amizade que tenho por quem chamo meus amigos. Todos diferentes, mas todos me completam de forma quase inexplicável. É com eles que me sinto á vontade para ser o que sou, sem reservas nem preconceitos, sem condicionalismos morais ou sociais. A amizade liberta e não consigo conceber uma vida sem amigos…
Amor… Definir algo que não tem definição. Cada um ama à sua maneira e por vezes fingimos não o fazer, porque não é correcto ou porque nunca o iremos sentir verdadeiramente. Amar é viver no Paraíso em comunhão com o Adão prometido, mas sempre com a Serpente a espreitar atrás do ramo da árvore. O mundo passa a ser vivido de uma forma muito pouco racional e muito emocional. Todos os momentos são especiais, um simples olhar acelera a pulsação, a harmonia envolve o pensamento e todos os dias são de Primavera.
Só quem já amou pode avaliar os prós e contras, embora o declarar amor seja corriqueiro e quase banal de tão na moda que está, mesmo sem a plena consciência do que é senti-lo verdadeiramente. Todos, sem excepção deveríamos amar uma vez na vida, sentir as emoções que transcendem o nosso ser. Acredito no amor único como sendo irrepetível e que mesmo quando se perde para sempre, nunca morre. O amor também é imortal quando é sentido para com o sangue do nosso sangue, com os nossos amigos, pelas coisas que gostamos e que constroem o nosso universo e obviamente pelo amor por nós próprios, enquanto ser na verdadeira acepção da palavra.
A nível relacional poderemos amar um amigo ou ser amigos de que amamos, com a mesma facilidade com que vivemos os dois sentimentos a nível individual?
O amor cega, possui-nos, rói a alma com ciúmes, é obsessivo, rude e fazemos quase tudo para tentarmos amar e ser amados. Obviamente respeitamos quem amamos, dedicamo-nos a quem nos ama (até prova em contrário!), sentimos ternura, carinho e movemos montanhas para que resulte. Caso o resultado não esteja de acordo com as previsões tudo muda e aquele laivo de amizade que pensamos existir desvanece-se na tensão constante, na mágoa, na omissão de sentimentos e verdades inconfessáveis que talvez anteriormente até fossem partilhadas e entendidas. O ombro onde se desabafa um dia de trabalho, o conforto de ter alguém ao lado desaparece e abre-se um espaço em branco, onde depositamos a raiva, a desilusão e o sofrimento que nos tolda o discernimento. Poderá, a seu tempo, transformar-se numa cumplicidade forte e uma amizade baseada na vivência de bons momentos, mas nunca será uma amizade sincera e livre de complexos e preconceitos. Em qualquer relação há sempre algo que não revelamos, talvez mais porque não sabemos qual irá ser a reacção e menos por ser algo obscuro e que ponha algo em risco. Não existe uma entrega total e incondicional. Essas duas características são e serão sempre inerentes a uma amizade, onde não se procura algo que nos aqueça os sentidos e nos desperte paixões, mas sim a constância e segurança que nos fornece simplesmente por existir.
Amizades coloridas também estão na moda e resultam na perfeição, se soubermos realmente o que queremos, o que podemos esperar e se formos sinceros e verdadeiros connosco e com a outra pessoa. Sexo por sexo, por diversão, por puro prazer sem compromissos ou entraves pode ser muito gratificante entre amigos. Sabemos que estamos com quem conhecemos, com quem partilhamos uma amizade, com quem podes ser sincero e o mais importante, e penso que condição sine qua non, é aquela pessoa com quem podes falar abertamente de sentimentos para com terceiros mesmo após uma comunhão de sentidos (gostei desta definição ligeira e subtil!).
Também existem amigos pelos quais não se sente a mais leve química, que estarão sempre no nível da amizade e nunca poderemos pensar para além disso. É uma sensação que nos é intrínseca. Ou se sente ou não, mas nem sempre uma boa comunhão de sentimentos, prazeres e suores compensam uma amizade perdida.
Amor e amizade coexistem no nosso coração, mas por serem tão iguais e tão díspares, ocupam cada um o seu ventrículo.
O amor é forte, arrebatador, marcante, voraz, por vezes unilateral, algo indecifrável que nos transmite felicidade e a paz que todos procuramos.
A amizade é uma ligação, um entendimento mútuo, que evolui lentamente, com percalços e confrontos até aprendermos a conhecer o outro, que nos deixa leves e á vontade.
Amar é dar tudo e esperar tudo em troca.
Ser amigo é confessar medos e angústias, sermos verdadeiros e nunca esperar nada mais do que uma amizade pura e real.
Feliz daquele que consegue ter amigos verdadeiros e um amor para toda a vida, embora os primeiros sejam a realidade presente e demonstrada no dia a dia e o ultimo uma utopia que lutamos por alcançar!!!
Comentários
A amizade para mim não existe! Ou seja, existe para quem se anula de todos os pormenores circundantes ao crescimento e manutenção da mesma. Mas isso já ultrapassa o limite da amizade.
A amizade não existe... isso é amor! Por tudo e pelas experiências vividas no passado, o não exigir moeda de troca e estar sempre presente mesmo estando ausente, e perdoar tudo. Isto é amor incondicional, é respeito pelo timing dos outros. E cá estarei sempre á espera, demore o tempo que demorar… A amizade não faz isto!!! No amor não exigimos, apenas amamos e pronto! Perdoando todos os defeitos e ausências!
Sinto-me privilegiada por estar neste nível, mas POR AMOR DE DEUS, sinto-me estupidamente lesada… por não ter cultivado amizades… teria de certeza sempre companhia para tudo e para nada... Ás vezes sinto-me só e estúpida, era só ter semeado mais, cultivar e colher…
Mas como tudo tem um preço e dois lados, há que pagar também por aquilo que fazemos, pois o outro lado também não exige moeda de troca, e cresceu o amor incondicional para toda a vida… e tudo são fases passageiras… agora é só esperar que a maré traga os camarões de volta! E aproveitarei cada minuto, cada gargalhada, cada companhia… enfim… esperarei sempre de braços abertos.