A acalmia de um fim de tarde é agitada por uma brisa que rapidamente se transforma em ventania.
A poeira vermelha levanta, ensopa a pele suada, corta a visão e lembra um deserto em plena tempestade.
O céu já entrecortado pelas nuvens negras, velozes e ameaçadoras.
O rugir ouve-se ao longe e ao perto em menos de um instante.
A noite cai.
O céu rebenta em dilúvio e abre-se um dia, por segundos, em qualquer escuridão.
O poder, o estremecimento quando rebentam de encontro à terra.
O receio invade qualquer um.
Admirar, sentir a insignificância daquilo que somos, o arrepio inconsciente, o cheiro a terra molhada, e o calor que acompanha as chuvas de Abril em Angola.
Continuo a temê-los, mas passo horas a ver as suas formas e como iluminam a escuridão total.

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