TER OU NÃO TER
O ser humano necessita possuir algo para se sentir realizado, seja ele um automóvel de alta cilindrada, uma casa ou simplesmente uma pessoa. O que impele a raça humana para o sentimento de posse?

A sociedade mostra-nos que quem não possui não tem valor, não conta nas estatísticas e é considerado um zero à esquerda. Ter algo, controlar ou simplesmente afirmar “é meu!” é condição sine qua none, quase tão imprescindível como respirar. 

A vida é uma luta incessante, onde todos os dias sonhamos com algo mais, onde desejamos ser outra pessoa, tentamos realizar os nossos desejos mas o sentimento de posse é insaciável.

No emprego há sempre alguém que teve a sorte que nos fugiu, na vizinhança à sempre quem demonstra a harmonia que não sentimos, nas amizades existe sempre alguém que não corresponde totalmente àquilo que esperamos, nas relações a fidelidade surge como o “ser dono de alguém”.

Do ter ao invejar é um passo de anão e muitas vezes sem travões, que nos leva a atitudes, pensamentos ou reflexões que deveriam envergonhar aqueles que afinal, só vivem a pensar naquilo que poderiam ser.

Viver é lutar sim, mas pela nossa felicidade enquanto pessoas, enquanto indivíduos. Por vezes sentimos a imposição de certos padrões, mas afinal que é que nos impõe esses mesmos padrões? 
A resposta é clara e objectiva: nós próprios! Similares a animais de quatro patas continuamos a perseguir a nossa cauda, tentando alcançar aquilo que a nossa ambição nos sussurra: ter mais e sempre mais!

A realidade mostra-nos que ao desejar sempre mais acabamos por não ter coisa nenhuma, não valorizamos os momentos, os sentimentos ou até mesmo os bens materiais. 

Queremos sempre mais e esquecemo-nos de viver!

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