BODE EXPIATÓRIO
Será que a nossa sociedade não consegue funcionar sem atribuir aos bodes expiatórios as culpas por tudo aquilo que não funciona, o que se perde ou aquilo que não se consegue?
Ninguém consegue “encaixar” as suas próprias decisões ou as de terceiros. Dizemos que a vida é nossa, proclamamos o nosso livre arbítrio mas muito dela depende das acções externas.
Quando tudo corre de feição não existe culpa. Sem problemas não existe culpa, mas ela nunca morre solteira…
Existem as atenuantes “expiatórias” tais como álcool, as drogas, a instabilidade emocional ou a já famosa “pseudo-insanidade”. Qualquer uma delas existe para que quem comete um crime tenha um alvo para acusar, uma desculpa para dar. Aquilo que realmente somos está connosco desde que nascemos.
No divorcio, e excluindo aqueles onde ele é desejado por ambas as partes, existem sempre os culpados por tudo e por nada. Aqui não é o criminoso mas sim a auto intitulada vitima, que de um momento para o outro escolhe um alvo e seja ele o ex. cônjuge ou alguém ligado a ele, para expiar a sua dor. Não consegue perceber que o amor não é eterno e às vezes por mais que queiramos, os terceiros estão lá para nos ajudar a abrir a pestana. Temos um compromisso importante e chegamos atrasados. Ou adormecemos de tal forma que podiam tocar três despertadores no nosso ouvido e a reacção é nula ou então lá vem o desgraçado do caprino – o trânsito, a chuva, perdi o autocarro (adoro esta!). Desculpas para algo que não conseguimos atingir. As manchas na nossa perfeição, quando afinal um dia mau todos temos, dois ainda vá que não vá, mas à terceira é de estranhar. Devíamos aprender, a também falo para mim, a conhecermo-nos melhor e a perceber aquilo que queremos. Afinal esta vida é muito curta para termos medo de a viver e acabar de vez com a expiação dos nossos próprios pecados.

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