Andorinha Avoa Avoa

Desocupados Existem seguramente desde que existe o homem. A vida não seria a mesma coisa, se estes parasitas não existissem. Obviamente que, agora com o avanço das redes sociais e com a disseminação da informação a velocidades nunca vistas, o vulgar alcoviteiro perde algum poder. Mas não desiste, porque o que lhe dá prazer é falar da vida de terceiros. A sua própria existência não lhes chega, e por isso acham fantástico viver a dos outros. Mas o pior ainda é o que inventam, o que pressupõem, o que interpretam e como o interpretam. Quer seja verdade ou mentira, realidade ou ficção, às bolinhas ou aos quadradinhos, ninguém tem nada a ver com isso! Logo todo este afecto ao "diz que disse" e ao "ouvir dizer" só alimenta os fracos de espirito. Vivam a vossa vida gente desocupada e sejam felizes. Esses sim não chateiam ninguém.

"Só é lutador quem sabe lutar consigo mesmo."    Carlos Drummond de Andrade Quando a vida nos acossa para vivermos num constante desafio, por vezes a mente prega-nos partidas. O sono, que pretendíamos ser reparador, acaba por ser um sem fim de situações angustiantes. Tudo aquilo em que lutamos no dia a dia, transforma-se em insegurança e irracionalidade. Acabamos por acordar sem força para continuar a lutar. Sem certezas do que o fazemos é o correcto, se tratamos todos como gostaríamos de ser tratados e se as escolhas são as que precisamos. Nada na vida é definitivo, a não ser a própria, o que nos deixa a hipótese de alterar tudo, se acharmos que afinal não era esse o caminho. Mas será essa a solução, para que as noites sejam mais parecidas com os dias? Por vezes a vida diz-nos que não. Que se não fizermos por nós, não existe ninguém que o faça. Pode ser uma luta solitária, pintada de vez em quando com cores garridas de amizade e carinho, mas tem de valer a pen...

Ser solteira... Dá-nos uma liberdade fantástica. Estar onde queremos, com quem queremos e fazer o que bem nos apetece, diz-nos que a vida pertence-nos, só a nós. Tem as suas coisas más, mas as boas acabam por fazer esquecer o passado. De um momento para o outro passas a ser a desejada. Saem do passado e do futuro, de onde não sabes bem e começa a corrida.  Há os atrevidos e sem noção, porque a vida que têm, já os devia manter ocupados. Mas não, insistem numa situação que só os deixa ridículos. Depois vêm os que nunca foram, nem serão. São antigos colegas de trabalho, amigos de há décadas que, como que se imbuídos de algo que não percebo, se aproximam, são os estranhos que decidem deixar de o ser, e os "conhecidos" inibidos.  De todos, os últimos são os melhores e os mais imaginativos. Apesar de te conhecerem, nunca foram próximos, mas como frequentam os meus espaços, acabam por se aproximar. A técnica é muito boa e esta dica serve para todos os outros. Metem conve...

Amizade Pressupõe que existe uma ligação, algo que une e que se mantém. Que nos faz sentir que aquela pessoa também nos pertence. Nos tempos de alegria, de riso incontrolável, nas frases que mais ninguém entende ou até num olhar partilhado, que vale mais que mil palavras. Na angústia e tristeza, quando pensamos que nada mais existe, está sempre lá alguém pronto para te mostrar o que é ser amigo.  Existem tantos tipos de amigos, como tipos de pessoas na nossa vida. Todos diferentes, cativantes e únicos. Gente diferente enriquece a nossa vida. Porque os aceitamos como são e vice versa. Porque lhes mostramos como sentimos a vida, e recebemos da mesma forma. Mas, como todas as relações temos de alimentar a amizade. Poderia escrever três páginas sobre o assunto e ainda assim não diria tudo o que sinto. O essencial é permanecer e fazer por isso. Seja com a amiga do tempo de escola, que só vemos umas vezes por ano, mas que continua a ser a tua orelha preferida. Seja com a ami...

Somos todos humanos Quando nascemos, somos todos iguais. Quando crescemos, todos somos diferentes. O que tentamos transmitir, nem sempre é a realidade, mas sim aquilo que os outros querem ver. Podíamos aplicar estas frases a qualquer pessoa, mas hoje penso no Papa Francisco. A religião move montanhas, pessoas, guerras e ódios, mas não nos transforma em seres superiores, sem mácula e sem defeitos. Isso é que tentam que acreditemos, para que a muleta espiritual que eu revejo na fé, nos transforme em pessoas melhores. Conheço pessoas com crenças sólidas que não valem grande coisa, e agnósticos de um valor incalculável. Tudo reside na nossa humanidade, no carácter e na personalidade e, e por vezes, porque simplesmente não gostamos que nos puxem a mão. Comuns mortais ou endeusados, todos temos pés de barro!